sábado, 16 de julho de 2011

Nem tanto, nem tanto

O Paraguai já nos deu uma canseira danada no primeiro confronto, na fase de grupos da Copa América. Que dirá nesse jogo de domingo, eliminatório, pelas quartas de final do torneio continental? Não tenho tanta certeza assim, embora espere um jogo tenso e disputado. Mas, vendo o Brasil progredir aos poucos na competição, desconfio de que consiga atingir, diante do Paraguai, um estágio suficiente para seguirmos em frente na competição.
O diabo é que esse time de Mano Menezes, pelos jogadores que tem e pelo estilo adotado, criou uma expectativa maior do que suas possibilidades de momento. Portanto, a frustração tem sido proporcional. É como se estivéssemos no terraço esperando um alvorecer esplêndido e, de súbito, um passo em falso, despencamos do quinto andar. Recolher os cacos depois é que são elas. É o que essa nossa seleção está fazendo, jogo a jogo.
Se não houvesse tamanha expectativa, estaríamos louvando a vitória sobre o Equador. Afinal, saímos de um 0 a 0 com a Venezuela para o empate por 2 a 2, no bico do corvo, diante do Paraguai. E, deste, para os 4 a 2 contra o Equador (e o amigo pode acrescentar aí aquele belo gol de tabela entre Lucas e Robinho, legal, mas anulado pelo bandeirinha).
Sem paixão
 Num olhar menos apaixonado e preconceituoso, podemos extrair pontos positivos justamente daqueles jogadores mais contestados de nossa equipe. Robinho movimentou-se muito, fez aquele gol anulado, tabelou com esperteza e habilidade com Maicon no lance que precedeu um dos gols de Neymar e meteu uma bola na trave. Pato fez dois gols e jogadas de efeito. Neymar, finalmente, desencantou e marcou pela primeira vez no torneio. E foram logo dois de uma vez.
E Ganso realmente está longe de ser aquele articulador de jogadas que sabemos ser capaz. Mas, pelas contas dos estatísticos, é o principal assistente do campeonato, com três passes decisivos nos seis gols marcados até aqui pela seleção. É pouco? Sim, para aqueles que clamam por um futebol bonito, envolvente e eficaz da nossa seleção. Mas, para os pragmáticos de plantão, os números são, sim, expressivos.
E esses números seriam ainda mais convincentes caso não tivesse Mano tomado uma bola nas costas. Aliás, quatro, duas do Paraguai e duas do Equador. Digo bola nas costas porque, se havia algo resolvido na seleção, era justamente a defesa. A questão era utilizar esse tempinho maior de preparação para afiar o meio-campo e o ataque. Eis, porém, que nossos beques, de tão alta categoria, juntam-se ao goleiraço e enterram o time.
Não me lembro, por exemplo, de ter visto uma partida tão desastrada de Thiago Silva, um craque absoluto na sua posição, ainda há pouco eleito o melhor zagueiro do Campeonato Italiano, no qual proliferam os zagueiros. E Lúcio, El Gran Capitán, que foi lá no ouvido de Ganso, antes do início da partida, vociferar palavras de dúbio incentivo, falhou bisonhamente, como diriam os antigos narradores, no lance do segundo gol do Equador. A propósito, quando falamos da excelência de nossa defesa, referimo-nos, inconscientemente, aos tempos em que Thiago Silva tinha ao seu lado David Luiz, de técnica refinada e mais serenidade.
Uma coisa, porém, é certa, e disso ninguém discorda: a entrada de Maicon no lugar de Daniel Alves mudou o time da água para o vinho. E Mano tocou numa das feridas de nossa equipe.
Na linha do gol
O São Paulo,  tido e havido no passado como um dos clubes mais organizados e bem dirigidos do futebol brasileiro, vive um pandemônio. Seu errático e arrogante presidente acumula equívocos, respingando em todos os setores. Mesmo assim, o time, mais uma vez sob o comando interino de Milton Cruz, profissional competente, resiste aos impactos de tudo isso.
O Palmeiras,  por sua vez, vive, com as idas e vindas de Kleber, turbulência parecida. Felipão, porém, está conseguindo isolar o time das questões administrativas e até da ausência do Gladiador. E, ainda por cima, tem mais um tempinho, antes da próxima rodada, para ajeitar o time, quem sabe até com Kleber, diante do Flamengo, próximo adversário, no Pacaembu.

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